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Por Camila Mazzotto e Larissa Vitória

Imagine um bebê de dez ou onze meses dando seus primeiros passos. Ele se levanta timidamente, apoiando-se em seus pais ou em um móvel, talvez, e caminha sem jeito ou rumo definido. Um ou dois passos à frente, grande é a chance de uma queda. O corpo pequeno ainda não sabe como manter-se na trajetória e a gravidade é uma força implacável para seus pés desajeitados. Mas, mesmo depois de ir ao chão, ele se levanta e tenta mais uma vez. E de novo, de novo, de novo. Mira os olhos de seus pais, que o acompanham. “Vem, filho!”. As tentativas cruzam horas, dias. Até que o corpo se acostuma com a sensação do chão firme sob os pés e a gravidade já não o afeta como antes. O menino parece descobrir um dos muitos — e inevitáveis — recomeços.

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É certo que, em alguns desses, o caminho que leva ao novo parece apresentar mais obstáculos do que outros. Às vezes, chega-se a lugares nunca antes imaginados por aquele que faz a travessia, para o bem ou para o mal. Recomeçar nunca foi garantia de felicidade instantânea. Ou movimento que se cumpre num estalar de dedos. Se tem alguém para quem olhar quando o pé tropeça, ajuda, mas essa é a meia-volta que parece se apresentar desde cedo a todo homem — as dores e os prazeres de refazer o feito, atravessar a indefinição do novo; tentar, enfim, outra vez.

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