top of page
  • Instagram
  • Youtube
  • Facebook
  • TikTok
  • Twitter

Sexo é escolha, amor é sorte

  • Foto do escritor: reportagem
    reportagem
  • 6 de out. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 7 de out. de 2021

Enquanto alguns começam a vida sexual cedo, outros esperam o casamento. Existe hora certa para morder a maçã pela primeira vez?


Por Luana Benedito e Luana Franzão

Arte por Bruna Irala e Mayara Prado

Mais da metade, ou 55,8%, dos estudantes brasileiros de 16 a 17 anos das redes pública e privada já tiveram relações sexuais, segundo dados do IBGE de 2019. Na faixa etária de 13 a 15 anos, a porcentagem é de 24,3%, e, entre todos esses adolescentes, 36,6% transaram pela primeira vez com 13 anos ou menos.


Embora possa parecer que os brasileiros têm pressa em começar os trabalhos, ainda há pessoas convictas que, contrariando o clichê de que no Brasil é “Carnaval” o tempo inteiro, escolhem esperar até o casamento antes de dar a primeira mordida na maçã. O que causa estranhamento, por diversos motivos. E se a lua de mel for horrível? E se não houver compatibilidade? Não é importante experimentar com pessoas diferentes? São algumas perguntas que rondam a mente dos jovens sexualmente ativos.


Só que os adeptos do celibato tendem a dar de ombros para esse tipo de questionamento. Para eles, o estranho não seria, justamente, se precipitar?


Saia da casa dos seus pais, arrume um cônjuge e só aí a vida sexual pode começar, diz Nelson Junior, pastor e fundador do movimento cristão Eu Escolhi Esperar, citando Gênesis 2:24 – isso, claro, se deseja viver fora do pecado. Se seguir a palavra divina, Deus colocará a pessoa certa no seu caminho, e, depois de unidos na saúde e na doença, o sexo consumará uma aliança eterna.


Para a influenciadora digital cristã Duda Leal, 24, que escolheu esperar, o casamento é um espelho do que foi a relação de Cristo com a Igreja – um amor tão forte que um seria capaz de dar a vida pelo outro. “Eu quero ter isso com um companheiro”.


E não é apenas a fé que leva à tardança, mas também a busca pela alma gêmea ou a falta de parceiros. Tive alguns rolinhos sérios, mas não confiei em ninguém”, diz Letícia, 20, ao relatar que gostaria de escolher “alguém especial" para o ato e que sua espera “não tem nada a ver com motivos religiosos”.


Malu e Danilo, ambos 23, que são casados e esperaram a união, citam a vontade de ter uma conexão amorosa antes da física como um dos principais motivos da decisão: "Um relacionamento não depende do toque". Eles relatam que foram questionados várias vezes e já sentiram resistência em falar sobre com opositores: "Tem gente que joga uma bomba em cima disso, mas é um propósito".


Impressões externas à parte, a decisão de esperar deve ser tomada com cautela, alerta a sexóloga Bruna Fernandes. Muitas vezes, escolher esperar envolve a busca por uma pessoa perfeita, o que pode gerar frustração. Afinal, todos têm defeitos.


Ela também diz ser muito comum receber em seu consultório pacientes que, mergulhados em comunidades conservadoras, passaram a acreditar que seus desejos sexuais – puramente biológicos – são errados, o que pode levar a disfunções na “Hora H”.


Mas isso não significa que o celibato leva sempre a problemas, ressalta. O risco é o jovem não estar consciente do funcionamento de seu corpo e confundir seus impulsos sexuais com algo ruim. “Não existe virada da chavinha depois que a pessoa casa; isso é algo que ela vai levando para a vida.”


Colaboraram:

  • Bruna C. Fernandes, sexóloga e psicóloga.

  • Darci Vieira da Silva Bonetto, doutora e membro do Departamento Científico de Adolescência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

  • Curso Básico disponibilizado pela organização Eu Escolhi Esperar, ministrado por Nelson Junior, pastor, e Angela Cristina, pastora.

  • Maria Eduarda Leal, estudante e influenciadora.

  • Letícia Anção, estudante.

  • Malu Ponso, influenciadora.

  • Danilo Cantieri, dreadmaker.

  • Valentina W., estudante.

  • Andressa F., estudante.

  • Juliana R., estudante.


Comments


claro! estranho é uma produção coletiva de estudantes do 6º semestre de Jornalismo da ECA-USP. Produção do site por Giovanna Farnezi Silva.

© Suplemento claro! outubro 2021todos os direitos reservados.

bottom of page