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Já pensou em uma internet que faça relaxar?

Por Mayara Paixão

No mundo moderno, onde relaxar vira sinônimo de desconectar, há quem ache que a internet pode, também, ser válvula de escape para acalmar. A saída é paradoxal: ficar ainda mais grudado ao celular. São os chamados aplicativos para relaxar, mecanismos que oferecem técnicas online de controle da respiração, frases motivacionais, sons tranquilizadores, ou, o mais comum: técnicas de meditação.

 

Foi em buscas na internet que a jornalista Vanessa Martina Silva, por exemplo, encontrou uma maneira para, como diz, “lidar com a ansiedade e conviver de forma mais saudável com ela”.

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Já são dois anos fazendo uso diário de um aplicativo de meditação guiada, com arquivos de músicas para relaxamento e instruções de como praticá-la onde e quando quiser. Nos serviços de distribuição de aplicativos, sua descrição é, digamos, bem otimista: “Se você estiver à procura de uma vida mais feliz, mais saudável e em busca de maior equilíbrio emocional, este é o app perfeito para você”.

 

O aplicativo é brasileiro, mas também está disponível em espanhol e inglês, e tem preço pequeno quando comparado à média das aulas presenciais de meditação: um desconto mensal de, em média, 11 reais na conta bancária. O usuário pode escolher entre pacotes de meditação limitadas, ou, então, assinaturas mensais ou anuais com uso ilimitado — padrão semelhante nos demais aplicativos de relaxamento da categoria “Saúde e fitness” ou “Estilo de Vida”.

 

Para Vanessa, o recurso ajuda a concentrar, organizar o dia e controlar os gatilhos desencadeados pelo volume de informações diárias. Ela é mais uma das brasileiras que fazem jus ao alto posicionamento do país nos rankings globais de uso da internet.

 

O Brasil está entre os três países do mundo no qual a população passa, em média, mais de 9 horas do dia navegando na Internet segundo o relatório anual da Global Digital de 2018. No caso da jornalista, são cerca de 14 horas diárias na frente do computador ou da tela do celular.

ENTREVISTA - A internet é gatilho para a ansiedade?
Por Mayara Paixão

Já virou rotina. Hoje, ela dorme, quase que diariamente, ao som das meditações disponibilizadas pelo app. As opções disponibilizadas são muitas, a depender do gosto e momento vivido pelo usuário: “Diminua a ansiedade”, “Plenitude”, “Reencontro astral”, “Preocupação excessiva”.

 

Ao lado de outros recursos usados em seu dia a dia, como a terapia, ele virou mais uma façanha para ajudar a lidar com a ansiedade generalizada diagnosticada.

 

Se precisa focar em uma atividade — seja ela no computador ou não — sem desviar a atenção, ela usa as frequências binaurais (sons ou batidas com oscilações que ajudam a estimular o cérebro) disponíveis no app e garante: a concentração funciona. As idas ao trabalho também são, quase sempre, uma parceria entre o som cotidiano do transporte público e os mantras.

 

Para Vanessa, é como uma ‘farmaciazinha online’, sempre ao alcance da mão. “Às vezes você está diante de um gatilho, um pico de ansiedade, ou teve uma situação de estresse. Se tem um mecanismo que está na mão — como o celular —  que você possa sentar no metrô, no ônibus e usar, só vai te ajudar”.

Colaboração Dora Sampaio Goés, psicóloga do centro de Dependência da Internet do Hospital das Clínicas.
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